Tudo sobre feijão, o queridinho dos brasileiros

Você sabia que no dia 10 de fevereiro é comemorado o dia do feijão? Para comemorar essa data tão deliciosa, preparamos nas linhas abaixo, tudo o que você precisa saber sobre o feijão. Vamos lá?

Ser brasileiro e comer feijão é uma combinação quase que inseparável, não é mesmo? Por isso ele é considerado o queridinho dos brasileiros na alimentação diária. E é indiscutível a importância desse alimento no prato, que vem sempre repleto de sabores especiais, memórias únicas e aroma de família.

Mas, afinal, como surgiu a nossa paixão pelo feijão? Qual é o papel dele em nossa alimentação, seus principais tipos e características? Vem com a gente!

Origem do feijão

O feijão pode ser considerado um dos alimentos mais antigos do mundo. Inclusive, não temos uma resposta muito exata sobre a origem de seu cultivo, pois existem várias hipóteses sobre como começou a chamada domesticação do feijoeiro.

Uma delas diz que o grão teria sido domesticado na Mesoamérica, há cerca de 7.000 a.C., e, depois, foi disseminado na América do Sul. Existem também alguns achados arqueológicos, no Peru, a cerca de 10.000 a.C., que apontaram que o início da domesticação teria sido na América do Sul para depois ser levada à América do Norte.

Em linhas gerais, os pesquisadores apontam três centros primários de onde teriam derivado as principais espécies de feijão que conhecemos hoje: América Central, perto do México; sul dos Andes (Peru) e norte dos Andes (Colômbia). Além da região das Américas, também há indícios de cultivo na Europa, Ásia e África.

O feijão no Brasil

Quando os portugueses chegaram no Brasil, o feijão já fazia parte da alimentação indígena. Ele era chamado de “comanda” e consumido com farinha de mandioca.

Já no período da colônia, um preparado de feijão com sobras de cortes de carnes não aproveitadas, como orelha, focinho e rabo de boi e porco, começou a se popularizar no país. E sim, estamos falando da famosa feijoada!

E o feijão com arroz?

Essa é uma combinação verdadeiramente brasileira. Somente em Cuba existe um prato similar, o moros y cristianos, preparado com feijão-preto e arroz cozido juntos. Porém, a junção desses dois é uma história mais recente.

O arroz que conhecemos é originário da Ásia, trazido pelos portugueses. Mas também não se sabe ao certo quem teve a brilhante ideia de misturar os dois grãos. Uma das suposições é que o arroz com feijão passou a ser consumido em 1808, com a chegada de Dom João VI.

Papel do feijão na alimentação

O feijão faz parte do grupo das leguminosas e seu nome é dado a um conjunto de diversos tipos de grãos de várias plantas da família Fabaceae.

Ele pode ser considerado a melhor fonte de proteínas vegetais, além de também ser rico em carboidratos complexos, minerais — como o ferro, tão fundamental para o nosso organismo —, fibras e vitaminas. Seu alto grau de proteínas também o coloca em papel de destaque na alimentação vegetariana estrita, ou seja, que não utiliza nenhum alimento de origem animal.

Segundo as informações da Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO), uma concha rasa (80g) de feijão-carioca, com 50% grão e 50% de caldo, tem, em média;

56 calorias;
12 g de carboidrato;
3,82 g de proteína;
5,64 g de fibra alimentar;
22,9 mg de cálcio;
1,11 mg de ferro;
36,5 mg de magnésio;
75,0 mg de fósforo;
219 g de potássio.

Entre os seus benefícios podemos destacar a prevenção e controle da anemia, melhora do controle lipídico, fortalecimento do sistema imunológico e manutenção da saúde intestinal, ou seja, um alimento mais que bem-vindo pelo seu organismo!

Tipos de feijão

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU) para Alimentação e Agricultura (FAO), existem mais de 150 espécies de feijoeiros pelo mundo. No Brasil, temos cerca de 13 tipos utilizados. Vamos falar sobre os 5 tipos comercializados pela Solito e que estão entre os principais consumidos:

Feijão carioca

De cor bege e listras marrons, é o mais comum, representando entre 60% a 70% do consumo de feijão no Brasil. O nome foi dado devido à semelhança com uma raça de porco, o piau carioca.

De fácil preparo, é tradicionalmente consumido com arroz, mas é bastante utilizado especialmente para a produção de caldos e sopas. Também costuma ser usado para o preparo de feijão-tropeiro e tutu de feijão.

É rico em fitoquímicos, possui propriedades antioxidantes e tem importante ação na prevenção de diabete, obesidade e câncer.

Feijão preto

O feijão-preto é bastante consumido no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul e é o ingrediente principal da feijoada, consumida em todo o país. Ele também é destaque na culinária mexicana e seu caldo costuma ser preto ou marrom escuro.

Além do consumo em feijoadas ou apenas cozido isoladamente, também é usado para o preparo de bolinhos de feijão, hambúrguer vegetariano, pães, doces e massas.

Ele é o tipo de feijão que possui a maior quantidade de fibras alimentares, o que é ótimo para a flora intestinal. Possui minerais, como ferro, cálcio, fósforo, potássio, zinco, manganês e magnésio e ajuda no controle da diabete e cuidados com o coração.

Feijão bolinha

Também chamado de feijão-manteiga, seu grão tem cor esverdeada, formato mais arredondado e sabor bastante agradável.

Rico em carboidratos e proteínas, é fácil de cozinhar e, além de ser consumido acompanhando o arroz, como o feijão-carioca, o bolinha é uma ótima opção para saladas e sopas. Ele é utilizado, por exemplo, na culinária portuguesa, em um prato típico que junta macarrão, carne e feijão-manteiga.

Feijão branco

O feijão-branco tem uma casca mais fininha, caldo mais ralo e é utilizado em pratos bastante populares da nossa cultura, como a dobradinha e buchada. Também é consumido em conjunto com a linguiça calabresa, saladas e ensopados e é o feijão utilizado no tradicional cassoulet, um prato de origem francesa semelhante a uma feijoada. Ele é rico em flavonoides, vitaminas do complexo B, além de zinco e magnésio.

Feijão fradinho

O feijão-fradinho tem um sabor mais frutado, grão mais rígido, não produz caldo e é a base do saboroso acarajé, a iguaria de origem afro-brasileira e um dos pratos mais conhecidos da Bahia. Ele também é chamado de feijão-de-corda e pode ser usado em saladas, farofas, bolinhos salgados, receitas vegetarianas de almôndegas, hambúrguer e outros pratos especiais. Ele tem alto índice de fibras, o que é ótimo para o sistema digestivo.

Dicas para preparar seu feijão:

Deixe o feijão de molho entre 12 a 24 horas e troque a água duas ou três vezes ao longo desse processo. A técnica é recomendada para uma melhor absorção dos nutrientes do feijão e evita desconfortos abdominais;
Evite acrescentar grandes quantidades de gordura no preparo do feijão. A leguminosa tem teor lipídico muito baixo, portanto, você aproveita melhor seus benefícios e sabor em suas dietas, especialmente quando o objetivo é o controle ou perda de peso.
Cozinhe o feijão sem tempero e acrescente quando já estiver cozido. Isso porque o sal quebra a casca do feijão, o que pode atrapalhar o resultado da sua receita;
Não exagere na quantidade de água para cozinhar. Coloque até dois dedos acima da camada de feijão, pois já é o suficiente.
Resgate as receitas da sua família. A gente acredita que cada família também terá o “seu melhor feijão”. Por isso, não deixe de pegar dicas e preservar as receitas tradicionais daqueles que foram os primeiros a te apresentar as delícias do feijão, como os seus pais, avós, tios, padrinhos e madrinhas e quem mais for!

Curiosidade sobre o queridinho dos brasileiros

1- O broto de feijão pode ser consumido?

Você já deve ter visto em algum programa gastronômico de televisão o uso dos brotos de feijão. Eles são uma semente ainda em fase de transformação e além de deixarem o prato lindo, eles são saborosos, saudáveis e ricos em nutrientes. Você consegue cultivar o broto de feijão em casa e consumir sempre que quiser.

2- Feijão causa gases?

De acordo com especialistas, o inchaço e os gases após o consumo de feijão ocorrem porque ele é constituído por algumas substâncias que dificultam o processo digestivo. Aliás, não só os feijões, mas todos os tipos de leguminosas.

É possível reduzir esse desconforto apenas colocando o feijão de molho por no mínimo 8 horas. Você também pode acrescentar folhas de louro para ajudar na digestão. É importante que a água do remolho seja descartada.

Esse processo também faz o feijão cozinhar mais rapidamente.

3- O feijão virou música

Você já conhecia essa canção? Ela foi composta pelo cantor Chico Buarque que, segundo relatos, foi escrita para homenagear seus amigos no retorno do exílio.

Escute aqui: https://www.youtube.com/watch?v=NQPliztYhK0